Como combater o assédio no trabalho?
- Juliana Dias

- 22 de fev.
- 2 min de leitura

Nos últimos anos, o assédio no ambiente de trabalho se tornou uma preocupação crescente nas empresas de todo o Brasil. Embora as ações de combate ao assédio se tornem cada vez mais visíveis, a questão central é: as empresas estão realmente comprometidas em erradicar essas práticas ou estão apenas criando uma fachada de preocupação?
O que muitas vezes se observa é que as empresas criam programas de combate, mas esses não se mostram eficazes na prática. É preciso ir além das aparências. O combate ao assédio deve ser genuíno, e não apenas uma questão de imagem.
Para entender melhor o que está em jogo, é necessário distinguir os tipos de assédio que ocorrem no ambiente corporativo. O assédio moral é caracterizado por comportamentos repetidos que buscam humilhar ou desestabilizar emocionalmente o colaborador. Já o assédio sexual, embora também seja repetitivo, envolve avanços de cunho sexual indesejados, como propostas ou insinuações, sem a necessidade de contato físico. Não é preciso que haja um toque físico, gestos ou palavras já são suficientes para configurar assédio sexual.
Esses comportamentos prejudiciais não só afetam o bem-estar das vítimas, mas têm sérias consequências para as empresas, como a queda na produtividade, aumento do absenteísmo e, em casos extremos, a perda de talentos. A falta de uma resposta firme pode resultar em processos trabalhistas e danos à reputação da empresa. Se as empresas não lidam com o assédio de maneira eficaz, elas estão expostas a riscos legais graves e danos irreparáveis à sua imagem.
Os números que envolvem casos de assédio são alarmantes. Entre 2020 e 2023, mais de 400 mil processos envolvendo assédio foram registrados, com um aumento expressivo nas alegações de assédio sexual. Esses números são apenas a ponta do iceberg, pois o assédio é um problema subnotificado, especialmente quando o agressor é um superior hierárquico. A dificuldade de denunciar, a vergonha e o medo de retaliações ainda são barreiras para muitas vítimas.
Medidas eficazes para prevenir o assédio
Para enfrentar esse problema, as empresas precisam adotar uma abordagem estruturada e consistente. É essencial que as empresas estabeleçam regras claras e eficazes para prevenir o assédio. As políticas internas precisam definir o que é assédio moral e sexual de forma objetiva, garantindo que todos os colaboradores estejam cientes dessas normas.
Entre as medidas mais eficazes estão:
Políticas claras e estruturadas: As empresas devem criar regimentos internos que definam claramente o que caracteriza o assédio e as consequências para quem violar essas regras.
Canal de denúncias confidenciais: A criação de canais de denúncias anônimos é essencial. As vítimas precisam de um espaço seguro para relatar o ocorrido sem medo de represálias.
Treinamentos constantes: A realização de treinamentos regulares é fundamental. Líderes devem ser capacitados para identificar e lidar com situações de assédio. A inclusão de treinamentos sobre diversidade e inclusão também ajuda a criar um ambiente mais respeitoso.
Monitoramento e auditorias internas: A realização de auditorias periódicas ajuda a identificar áreas mais vulneráveis ao assédio e a garantir a efetividade das políticas implantadas.
Apoio às vítimas: O apoio psicológico é fundamental para a recuperação das vítimas de assédio. Além disso, é crucial garantir que não haja retaliações contra aqueles que denunciam.
Fonte: Portal Dedução



