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Rotina dos caminhoneiros contribui para aumento de acidente

  • Foto do escritor: Juliana Dias
    Juliana Dias
  • 11 de out. de 2024
  • 2 min de leitura

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A rotina dos caminhoneiros contribui para hábitos pouco saudáveis. Diariamente, os profissionais enfrentam falta de descanso adequado, alimentação ruim, sedentarismo, uso de anfetaminas e até mesmo entorpecentes. Todo esse conjunto de fatores aumentam a incidência de doenças físicas e mentais e, como consequência, as chances de acidentes.


Levantamento realizado pela Associação Mineira de Medicina do Tráfego (Ammetra), com base em dados da Polícia Rodoviária Federal (PRF), mostra que apesar dos ônibus e caminhões representarem apenas 4% da frota nacional, juntos, provocaram 51,5% (1.499) de todas as mortes nas rodovias federais brasileiras no primeiro semestre de 2024. Esses veículos foram responsáveis, também, por mais de um quarto do número de sinistros e de feridos no período, 27,6% ônibus (9.722) e 27% caminhões (10.975).


Nos seis primeiros meses deste ano, 2.908 pessoas morreram em 35.166 sinistros que deixaram 40.518 feridos. O número de mortos cresceu 9% em relação ao mesmo período de 2023 e o de sinistros e feridos aumentou 8%.


Rotina dos caminhoneiros: é preciso mudar a legislação

Especialistas ressaltam a urgência em rever a flexibilização do Código de Trânsito Brasileiro, que equiparou motoristas profissionais a condutores comuns, ao estabelecer um prazo de validade de 10 anos para todas as CNHs. Isso é problemático porque motoristas profissionais, que passam mais tempo dirigindo, estão mais expostos a riscos. Esses veículos têm um potencial de destruição maior que os demais, por isso a categoria tem algumas regras mais rígidas, como a realização de exames toxicológicos e a avaliação psicológica a cada renovação.


Em 10 anos, as condições de saúde física e mental dos condutores pode deteriorar rapidamente, ampliando os riscos de sinistros e mortes. Um levantamento recente mostrou que o número de brasileiros com restrições na CNH por problemas de visão aumentou quase 80% ao longo dos últimos 10 anos. Isso sem contar o crescimento gradual dos transtornos de saúde mental que colocam os brasileiros no topo do ranking dos países mais ansiosos e deprimidos do mundo.


Rotina dos caminhoneiros: descanso inadequado favorece a ocorrência de acidente


Outro fator que compromete a saúde do caminhoneiro e aumentam as chances de acidentes é a falta de descanso adequado. Fiscalização ao cumprimento da Lei do Descanso realizada pela Polícia Rodoviária Federal mostrou que no primeiro trimestre deste ano, o número de autuações por descumprimento à lei quadriplicou.


O resultado dessa combinação de rotina atribulada, falta de descanso, estresse e pressão econômica é a ocorrência de sinistros. De acordo com a Associação Brasileira de Medicina do Tráfego (Abramet), os principais riscos da falta de descanso adequado dos caminhoneiros são a fadiga, a sonolência e todos esses fatores combinados aumentam as chances de acidentes.


A fadiga diminui a capacidade do motorista de se manter ativo e realizar de maneira correta suas atividades veiculares. Com a sonolência excessiva, haverá um aumento do tempo de reação, problemas com o processo da informação e a memória de curto prazo e dificuldade de se manter alerta e acordado durante a maioria dos momentos do dia, provocando lapsos não intencionais de sono.


 
 
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